31.3.09

Top Clichês - Novelas da Globo


10) A personagem polêmica - Pode ser prostituta, pode ser uma carola que na verdade é uma prostituta, pode ser uma golpista que se prostitui, vale até mesmo um enganador de velhinhas inocentes que usa sua sexualidade para subir na vida! Entenderam o ponto? O importante é a safadeza inerente ao ser. A personagem polêmica é elemento indispensável que às vezes chega a ser o único motivo pelo qual os espectadores insistem em assistir uma novela.

9) A ação social - Não tem nada melhor do que ensinar a população brasileira a se comportar perante fatos sociais polêmicos que podem incluir: vício em drogas, alcoolismo, portadores de necessidades especiais, câncer, bulimia, anorexia, adolescentes batendo em avós indefesos e até mesmo como lidar com estranhos torcicolos, mal do qual (rimou) Regina Duarte parece sofrer cada vez mais agudamente! Tudo bem, é legal usar a novela para “estimular o debate”, mas por que temos que agüentar discursos moralizantes e estereotipados que carecem do mínimo da naturalidade?

8 ) A reviravolta prevista - Você sabe que a mocinha vai ser enganada pelo vilão, você tem certeza que ele é um larapio que está pronto para roubá-la e trai-la com o arquétipo mais vergonhoso da famosa meretriz! É a reviravolta mais lugar-comum da telenovela e ao mesmo tempo todo mundo adora fingir surpresa quando vê a personagem principal na rua da amargura (expressão clichê), esperando a nova reviravolta igualmente prevista: o dia que ela vai dar a volta por cima, triunfante!

7) O vilão e o bordão - Estejam eles “ardendo no mármore do inferno” ou xingando “as antas despossuídas” do nosso dia-a-dia, os vilões que tem um bordão geralmente são garantia de aceitação imediata pelo público! O importante é ser o mais caricatural possível, colocar os prédios “na chon”, garantir que “Jamanta não morreu” e ao final de tudo ainda lançar um “mistéeeeerio”. “Estou certo, ou estou errado?!”, perguntaria o Sinhozinho Malta!

6) Os sotaques - Vale Suzanna Vieira nordestina, vale Lima Duarte turco, vale até Antonio Fagundes italianado. O sotaque às vezes pode ser a alma do negócio, afinal… se não fosse o italiano inventado pela globo, eu não saberia o que significa “catzo”, parte da briga frequente entre os Mezenga e os Berdinazzis! Ou seja, Vale tudo! Alguém lembra dessa novela? Era boa, assisti quando era pequeno, tem a famosa cena de assassinato da Odete Roitman, mas calma, disso falamos mais abaixo!

5) A passagem de tempo - O passado longínquo de 1997 se torna o presente frescor de 2007! A mais velha-nova moda das novelas é o truque quase que teatral da passagem do tempo! Cansados de ter que argumentar razoavelmente bem as atitudes de seus personagens durante um certo período de tempo, autores de novelas apelam para o truque barato do envelhecimento da trama. Os homens ganham cabelos grisalhos e as mulheres ficam cada vez mais jovens! O importante é dar espaço para mais núcleos de personagens invadirem o roteiro tentando, muitas vezes em vão, emplacar com o povo.

4) A participação especial - Essa é a coqueluche de uma novela com baixa audiência! Vai lá, chama alguém que não tá fazendo novela e coloca ela em três capítulos! Alerte todas as revistas de fofoca lançando fotos das gravações, de preferência da personagem com o mínimo de roupa possível, uma espécie de versão tupiniquim da femme fatale! E pronto, conseguimos elevar o ibope nosso de cada dia sem acrescentar um décimo de relevância a trama com algo que facilmente será esquecido em dois ou três dias.

3) A estrela em ascensão - Vulgo: Ator/atriz medíocre saído da Malhação. Porque, vamos combinar, eles são medíocres! São poucos os saídos da tele-piada Malhação que de fato adicionam alguma coisa boa ao panteão de rostos bonitos e sem conteúdo de atores de novela. Não estamos pedindo que aos 21 anos o cidadão seja o novo Paulo Autran ou que a moçoila (eu gosto da palavra moçoila) se comporte como a mais recente Fernanda Montenegro, mas vamos lá… eu queria ver pelo menos uma Dakota Fanning ao invés de um infantilóide débil que serve apenas como “ponto pentelho” de desvio de atenção da trama.

2) O tema musical massacrante: Lembro de chegar em casa a noite, abrir a porta da sala e ser atingido por uma maçante voz cantando o dramalhão da Lara Fabian, que servia de pano de fundo para uma Carolina Dieckman careca e chorosa! Não, não… sou da teoria de que temas de novela são o segredo da trama, eles devem trazer mensagens subliminares (compre batom! compre batom!) que mantém as pessoas presas a uma trama cada vez mais óbvia e sem sentido! Fora quando não atacam direto na apresentação: “Somente… por amor… a gente põe a mão” (parece uma letra pornô da Rosana né? Mas era a abertura da novela “O Clone”, cantada por… quem? O nome da banda é “Sagrado Coração da Terra” e de acordo com a Wikipedia ela foi uma banda brasileira de rock progressivo - “tenha medo, tenha muito medo”)

1) O “quem matou?”- O mais infalível de todos os clichês novelescos. Todo mundo sabe que a tal da Paraíso Tropical (um arremedo de novela) não estava indo muito bem com o público. Se não fossem alguns dos elementos acima (a prostituta e o vilão com seu jargão) teria sido mais um naufrágio nesse oceano de águas cada vez mais incertas! O “quem matou” a gêmea má (gêmeos deveriam ser um truque proibido pelos próximos 30 anos de novelas) salvou a trama do sufoco e mesmo assim com muito pouca emoção já que ela repetiu o feito do “quem matou” anterior (o de Belissima, lembra), ou seja, o culpado de todo as coisas ruins da trama é o próprio vilão! Assim não pode, assim não dá! Fora que o embuste do “o diretor não conta o final” só serve para dar 3 min de matéria no TV Fama e nada que não termine com um relapso “ok, ok”.

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